Candidatura do Queijo Serra da Estrela DOP a património da Humanidade
Assinatura do protocolo para a candidatura do Queijo Serra da Estrela DOP a património cultural e imaterial da humanidade pela UNESCO
Com orografia de proporções colossais, a Serra da Estrela guarda nos seus vales pastagens únicas e toda uma velha sabedoria sobre a mais antiga arte de preservar o leite – o queijo. Fazer do leite um bom queijo, é um hábito que nasceu aqui bem antes da própria fundação deste velho país, que data do ano de 1143.
A rudeza do maciço de granito e xisto, redesenhado pela neve, é adoçada pelos vales onde a erva cresce aos primeiros dias solarengos de primavera.
Aqui, a natureza produz pastos únicos que são o repasto dos rebanhos, de ovelhas de raça Bordaleira da Serra da Estrela ou Churra Mondegueira, sabiamente conduzidos pelos pastores.
E é dessa associação virtuosa das pastagens únicas com as ovelhas de raça autóctone que se consegue a matéria-prima insubstituível: o leite puro, o leite certo. Leite que foi sendo trabalhado, por gerações e gerações, num paciente aprimoramento de sabedoria, e que podemos hoje testemunhar em cada pedaço do grande Queijo Serra da Estrela.
O Queijo Serra da Estrela é por isso um dos grandes embaixadores da nossa tradição gastronómica.
“Mangualde, implantado no Planalto Beirão, ladeado pelos rios Mondego e Dão, olhando as Serras da Estrela, do Caramulo, da Gralheira e do Montemuro, é território antigo, onde a História se confunde com as gentes.
As suas terras férteis e um clima ameno cativaram povos antigos e as gentes de agora.
Viu os construtores de Dólmens, foi berço dos Lusitanos, civilizou-se com os Romanos, pelejou contra os mouros e foi reconhecido por Dona Teresa e Dom Henrique, ainda antes de Portugal nascer.
Na encruzilhada de vias de comunicação, com os Caminhos de Ferro e a A25 a escancararem as portas da Europa e do Litoral, foi entreposto comercial dos lanifícios de Gouveia, Seia e Covilhã e hoje produz automóveis, máquinas, têxteis, madeiras e minérios.
A centenária Feira dos Santos recebe pessoas de todos os cantos de Portugal para ali provarem as febras, se deliciarem com a morcela e provarem o excelente vinho do Dão, cultivado nas suas ensolaradas encostas e estagiado na quietude e frescura das adegas de granito.
Os pastos verdes de Janeiro fartam rebanhos de ovelhas, de cujo leite mãos sábias fazem o distinto queijo Serra da Estrela. O cabrito e borrego vão à mesa, engrandecendo uma copiosa e requintada gastronomia, de sublimes paladares. Os pastéis de feijão, de fama e tradição antigas, deliciam qualquer um…
Das mãos das mulheres de Tibaldinho nascem, sobre a alvura do algodão e do linho, os seculares bordados, autênticas obras de arte de invulgar delicadeza.
A relação entre o homem e o território mangualdense levou à formação de um mosaico de manifestações culturais, de modos de vida próprios, peculiares e com reflexo indelével na paisagem.
A megalítica arquitectura do Dólmen de Cunha Baixa, a ortogonalidade da construção romana da Estalagem da Raposeira, a romântica e medieval Torre de Gandufe, a estonteante beleza da Igreja da Misericórdia, a impressionante monumentalidade do Palácio dos Condes de Anadia e a vertiginosa presença da Ermida da Senhora do Castelo são alguns dos inúmeros marcos de identidade de um território impregnado de cantos e recantos de uma fantástica e poética beleza natural.
As novas e modernas instalações hoteleiras e de restauração aliadas a infraestruturas turísticas e de lazer de incomparável qualidade e diversidade, como as Termas de Alcafache ou a Praia Artificial de Mangualde, que trouxe um pouco de mar para a montanha, convidam a momentos de relaxe e refrescante prazer.
Mangualde, terra de gente boa, que recebe bem e acolhe melhor, encanta e renova sempre o convite à sua redescoberta.”