As saborosas sugestões “hereges” do Professor Alberto de Castro
O Professor Alberto de Castro fez para a Vale da Estrela um depoimento sobre a Queijaria e os seus produtos e avança com sugestões tentadoras de degustação.
“Fazer o que ainda não foi feito” é um clássico de Pedro Abrunhosa, uma canção de amor mas cujo título, e também um outro verso (“amanhã é sempre tarde demais”), reflectem bem os desafios do interior do País. Já tudo, ou quase tudo, foi dito, escrito e proposto. Falta “apenas” fazer o que ainda não foi feito e amanhã talvez seja tarde demais. Fazer acontecer requer protagonistas. Para fazer depressa, e bem, é bom conselho que se comece por aquilo que sabemos fazer, não esperando por projectos miríficos, tantas vezes anunciados quanto adiados. Construir sobre competências disponíveis, enquadrando-as em modelos de negócio que ambicionem qualidade e escala, é boa prática e muito mais do que meio caminho andado.
O projecto Vale da Estrela tem todos esses ingredientes: parte de bases locais, seja de ocupações seja de produtos, mas soma-lhe as competências de gestores que aliam ao respeito e amor pela Região, a experiência e envolvimento em projectos mais complexos e completos, com outros horizontes de mercados. A ambição, essa, é a mesma: fazer bem, melhorar sempre.
O que, para já, se vê promete: um requeijão imbatível e queijos que ombreiam com os melhores. Prove-os e vai concordar comigo. Como os bons Serra da Estrela, o queijo corta-se à fatia. Se, porém, optar por cortar-lhe a “tampa”, não desperdice a carcaça: coza uma massa, escorra-a e passe-a, bem quente por ela. Vai ver que não há parmesão que lhe chegue aos calcanhares! Já quanto ao curado, um desafio: esboroe-o em pequenos pedaços e coma-o com uma boa ameixa de Elvas; é uma heresia mas vai ver que dá uma boa sobremesa.
Professor Alberto de Castro
Professor de Economia na Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica Portuguesa no Porto.